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sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Sangue e diversão


Tarantino segue uma linha que sabe como construir e se sai bem. É simples! A trama não tem nada de engenhoso, nada de grandes surpresas. Mas é muito engraçado, e esteticamente bonito de se ver. Quanto à história do filme não consigo deixar de pensar como ninguém na II Guerra Mundial não pensou naquele tipo de solução antes?

Um pequeno exército de americanos, judeus e austríacos, sob a liderança de Aldo Raine (um Brad Pitt caipirão do Tennessee) vão à caça de soldados nazistas, ou melhor, dos seus escalpos. O capitão afirma ter origem indígena e se intitula como O Apache, e exige de seus homens nada menos que sem escalpos de nazistas por cada.


A trama pessoal acontece com a judia Shosanna Dreyfus (Mélanie Laurent), que assiste à execução da sua família à sangue frio sob o comando do coronel Hans Landa (Christopher Waltz ), que na minha opinião, executou com maior excelência o seu papel. Consegue ser amendrontador e cômico ao mesmo tempo, e quem assiste torce pela morte dele o filme todo, tamanho o asco que ele desperta. Enfim, Shosanna herda um cinema e conhece m herói da Guerra, que realizou a proeza de matar 300 soldados inimigos na Itália. Ele pede que o filme sobre a sua vida e que ele estrela tenha a pré-estreia exibida no pequeno cinema de Shosanna. Então, ela e Marcel, o projecionista e amante dela, arquitetam incendiar a elite nazi dentro do auditório no dia da exibição do filme, ao mesmo tempo em que os Bastardos Inglórios tramam também um plano de destruição na mesma pré-estreia.


Eles não se cruzam durante o filme todo, são duas vinganças paralelas. O filme não dá tensão alguma, porque você sabe que de um jeito ou de outro todo mundo vai morrer. Só as cenas de sangue e violência que me deixaram um pouco apreensiva e me fizeram fechar os olhos durante o filme, mas fora isso, não há suspense algum. E achei Mélanie Laurent muito parecida com Uma Thurman. E achei o filme tão divertido quanto o Kill Bill I e II. Mas é isso, diversão. E no final, uma reviravolta pode-se dizer que surpreendente, mas não fecha com a idéia que fazemos do personagem (centro da reviravolta) durante todo o tempo.


Se tiver tempo, assiste! São duas horas e meia de filme.

Ficha Técnica:
Inglourious Basterds
EUA, 2009 - 153 min
Guerra
Direção: Quentin Tarantino

Roteiro: Quentin Tarantino

Elenco: Brad Pitt, Mélanie Laurent, Christoph Waltz, Eli Roth, Michael Fassbender, Diane Kruger, Daniel Brühl, Til Schweiger, Gedeon Burkhard, Jacky Ido, B.J. Novak, Omar Doom, August Diehl, Denis Menochet

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Blah

“Aliás, te colocar para fazer externas... Tu és tão tímida.”


Tchê, qual o problema em ser tímido? Calar hoje é um defeito, omitir-se e mostrar-se aos poucos é defeito. Todo mundo deve ser extrovertido, extravagante, exuberante, exibido, espontâneo, exalando autoconfiança. Já disseram que são as diferenças que dão graça às coisas. Falta de competência poderia ser argumento, mas timidez? E no outro dia no ônibus, com uns currículos na mão puxo papo com o cara que estava descendo.


“Tem uma vaga em tal lugar”. “Ah, legal, só não sei se é bem o meu perfil”. “Sério? Tu não é vendedora? Parece ser tão desinibida”. Tudo depende.


Poucos dias pra Buenos Aires, uma coisa ótima no horizonte sempre faz a gente se sentir bem. Preciso organizar um roteiro.



O meu gato fugiu. Clima de enterro em casa. Volta, Chumisco!!!



quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Leituras

Tempo livre demais. Apesar de eles pensarem que eu “não estava nem aí” ou era de alguma maneira displicente - ou seja, preguiçosa, digo que sou qualquer coisa menos isso. Sempre tive pavor de ficar parada. Acho que é esse o problema.



Peguei três livros, li um e estou terminando o outro. Acho que não vai dar tempo de terminar o terceiro até sexta. Gabriel García Márquez é sutil, traz reflexões de uma maneira que nunca é explícita, com dramas familiares, com amores não consumados, com um cenário que dá calor na medida em que se vira as páginas. As Macondos e todo o palco de praias caribenhas e sois equatorianos me deixa até com a pressão baixa. Mas é sempre uma leitura agradável, as criticas que se você não pensar não as vê. A paciência dos seus personagens, que passam por vidas, gerações, eras, na mesma maneira, seja por honra ou por orgulho, ou por qualquer outro motivo. As mulheres são fortes, não deixam nada desmoronar. Isso me lembrou o Arquipélago. A professora de literatura dizia que a mulher do capitão Rodrigo Cambará, que eu esqueci o nome, era uma mulher de linhagem forte como todas as outras da família. Eu nunca consegui enxergar isso quando li os livros. Mas enfim. Quero conseguir ler todas as obras dele.



Tentei terminar Ensaio sobre a Cegueira, que comprei na Feira do Livro do ano passado, e quem disse que eu consigo. A leitura do Saramago é muito difícil. Não é pela história, mas pela forma que ele escreve. Para quem não o leu, ele não usa pontos, não usa pontuação nenhuma para antevir diálogos ou pensamentos dos personagens. São blocos intermináveis de texto, sem pausa alguma. É o que se pode chamar de uma leitura densa.

E então, Simone de Beauvoir, que eu nunca havia lido. Peguei por me interessar pela sua biografia. São três historias de três mulheres diferentes, todas na meia-idade, passando por crises existenciais e na família. Pode soar chato, mas a leitura é bem agradável e leve e do tipo que faz virar as páginas freneticamente. Uma mulher cujo filho se converte num burguesinho, contrariando todos os princípios da família que é filiada ao partido comunista. Ele é jovem e se casa e o sogro lhe oferece um emprego de carreira no governo. Com o objetivo de crescer na vida, ele aceita e decepciona a sua mãe, a protagonista da história. A outra trama é bem mais confusa, é o monólogo de uma mulher completamente abandonada num apartamento. A filha de dezessete anos comete suicídio, os ex-maridos e casos a esqueceram completamente. E o último eu não consigo ler de tanto que me revolta, uma mulher casada com um médico, com duas filhas adultas, uma estudiosa e independente e a outra que como ela, decide dedicar a vida ao lar. Percebendo a distância e frieza do marido, uma noite ele chega de madrugada com um copo de uísque na mão e ela lhe pergunta se teria outra mulher, e ele responde que sim. Então passam-se dois anos e ele tem um caso com uma advogada conhecida. E a mulher aceita e elas dividem ele, a mulher com as noites e a outra com os fins-de-semana. Três perfis diferentes, três desilusões. Uma estudiosa, uma perdida e uma mulher do lar. Apesar de não ter uma história concluída em nenhuma das tramas, diz bastante a respeito da natureza feminina e tantas outras coisas descritas na década de 60 e que ainda são atuais.



A gente reclama da rotina, mas eu adoro rotina! Preciso de uma de volta, urgentemente.