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sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Somekind of solitude is measured in you...

Saí de casa.

Uma brisa de começo de noite passa e junto com ela vem pensamentos que me lembram do quanto eu aprecio a solidão. Solidão pra mim sempre foi sinônimo de liberdade, de fazer o que se quer sem ter olhos curiosos, olhos que julgam, que opinam, que aprovam ou desaprovam, que me incomodam. Dizem que quando é por escolha não é solidão. Mas essa palavra não me assusta. Eu gosto de ficar sozinha em casa e o meu sonho desde sempre foi morar sozinha. Agora o meu sonho é poder fazer tudo que quero e que tenho direito pelas minhas próprias pernas. É claro que dependemos dos outros aqui e ali, mas o essencial vem de nós mesmos, e eu quero conquistar isso mais que qualquer coisa.

Pela primeira vez em muito tempo, peguei o ônibus em direção ao centro pelas nove da noite e eu era a única dentro do coletivo. Vi a noite chegar no horário de verão nos últimos bancos, repassando o dia e planejando o próximo sozinha, quase que num passeio particular. E como simpatizo com esse olhar vouyer; quando a noite chega e as luzes das casas ficam acesas é possível olhar por dentro delas e saber o que cada um está fazendo. Pessoas ao computador, crianças na sala assistindo desenho, crianças na janela brincando, velhos na janela vendo o movimento. Com o calor, todas as janelas estão abertas e eu vejo tudo sem ninguém me ver.

Dizem também que essa mania de ficar sozinho é coisa de velho. Me considero meio velha mesmo às vezes, não por falta de novas ideias, mas por sede de quietude, de ouvir o som da rua e os latidos dos cachorros. Eu fico atenta a tudo que me cerca, então não fico sozinha. Tenho meus pensamentos comigo que também não me deixam ficar só. Chego a trocar um encontro com pessoas quaisquer para ficar em casa terminando de ler um livro que está quase no fim, que me instiga muito mais às vezes que conversas vazias e cheias de nada.