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terça-feira, 25 de maio de 2010

Perigo

Onze e pouco da manhã, desci da lotação e estava indo pra casa. Como faço algumas vezes, continuei escutando música e andava com o celular na mão (burra). Avisto um rapaz de cerca de 16 anos, com uma expressão suspeita. Me apresso a enrolar os fones e guardar o celular na bolsa. Ele avança na minha direção e diz, passa o celular. E eu digo, não passo, o celular é meu. Ele disse, olha que eu to armado, mexendo no bolso. Eu vi que ele não estava armado e aparentava estar tão nervoso e apavorado quanto eu. Ele puxava o celular e eu apertava o aparelho nas mãos, não larguei. Os vizinhos viram, desceram a escada e eu gritei: ele quer me roubar. Ele saiu correndo.

Os vizinhos disseram que iam chamar a polícia, eu disse que não precisava. Segundo informações de fontes inseguras à tarde, o guri tomou uma coça da vizinhança. Espero que não seja o mesmo que me abordou.

Foi estupidez, eu sei. E se ele estivesse MESMO armado? Algo me dizia que ele não estava, talvez o medo dele. Lição aprendida, não ando mais dando sopa na rua, como costumo andar. Só espero que ele não more aqui perto e que tenha esquecido do meu rosto.

sábado, 22 de maio de 2010

Jogar para perder


Na última sexta-feira (21) acompanhei, como projeto de fotógrafa, uma operação da Polícia Civil em cojunto com o Ministério Público, representado pela Dra. Sônia Mensch, para apreender máquinas caça-níqueis. Também não acho crime jogar nas máquinas, mas para pessoas descontroladas, e tenho uma na família, o jogo nunca é saudável e nenhum dinheiro é o suficiente para apostar.

Porém, o que quero retaratar aqui é o trabalho da polícia e da promotora, e da imprensa (uma repórter da TV Record, uma da Band TV, um repórter de rádio, e uma repórter do SBT), que nos acompanhou para tentar participar de algum flagrante, em que os proprietários ainda estivessem na casa, com jogadores apostando.


As duas primeiras visitas não deram em nada, os donos já tinham ido embora, deixando apenas as "carcaças" das máquinas e levando consigo a ceduleira, onde fica depositado o dinheiro apostado.

Na última visita, uma loja de esquadrias que confeccionava imóveis de madeira, o policial foi forçado a derrubar a parede fina que escondia as salas de jogo. Um homem, argentino, foi encontrado assim que adentramos no estabelecimento, mas caçoou do policial.

P - Você é o proprietário?
A - Que proprietário, que nada...

E não quis informar como fazíamos para entrar. Eles quebraram tudo e cerca de 40 máquinas estavam no fundo do local. Duas velhinhas fugiram pelos fundos e deixaram cair dinheiro no caminho. E eis o público dessas casas de jogo: só têm idosas, aposentadas. Uma delas: "moça, por favor, não me fotografa, meu filho não pode saber que eu estou aqui". Ela não podia ser filmada, nem fotografada, claro.

na fachada

nos fundos


Eu contei pra ela que tinha uma pessoa família que jogava, mas era uma situação muito grave. Ela disse, "eu trago vinte reais e é o que aposto, mais nada. Eu sei que tem pessoas que colocam tudo fora, mas elas são assim em qualquer situação, não só no jogo". O pior é que eu concordo com ela.

Acredito de verdade que seja só um passatempo para algumas pessoas. Assim como as drogas são para outras. E não seja vício. Mas essas máquinas podem arruinar a vida de alguns poucos. Até o dinheiro que marca no monitor não é o que o caça-níquel e os bingos eletrônicos estão guardando. Aquele valor é fictício, quem deve pagar é o dono do local. E muitas vezes não pagam, quando o apostador ganha. E muitas vezes as pessoas têm as mãos atadas e não podem denunciar, porque existe a prática de tráfico de drogas dentro destes estabelecimentos. Existem criminosos de verdade e o poder de tirar a vida de alguém, se for necessário.

É uma situação bastante complexa. Não sei se tenho opinião formada quanto à legalidade destes jogos. Mas tenho certeza de que cada um dos proprietários que apenas assinaram um termo se comprometendo a ficar longe do jogo, ou que foram autuados, voltarão para esta prática, simplesmente porque é um meio de sustento. E talvez até porque a pena é muito branda.

terça-feira, 4 de maio de 2010

You're so cold - Postagem temática

Quando o conheci, pensei que fosse como os outros, só tímido. Pensei que não teria nada para dizer, talvez. Achei que nunca tivera a oportunidade de mostrar o quão carinhoso poderia ser. Cogitei que tivesse medo de ser rejeitado. Talvez alguém o magoara... E para sempre ele teria medo de abraçar, beijar, pegar nas mãos, dizer que gosta de forma espontânea. Pensei tudo isso, mas eu estava enganada.

Ele não sentia.

Seu olhos sempre distantes dos meus, suas mãos sempre ao lado do corpo sendo que eu estava a centímetros dele. Ele podia me sentir... Mas não se aproximava e não o fazia por carinho. Só por desejo. Não o fazia para corresponder ao que eu sentia.

Não era amor, era interesse.
Não era afeto, era sexo.
Não era íntimo, era estranho.
Não era apaixonado, era frio.