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segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Algumas observações...

Eu tenho um buraco em mim, um vazio do tamanho do mundo. Que eu sinto que não se preencheu a cada vez que eu escuto a tua voz impaciente, que nunca pode falar dois minutos ao telefone. "Deu, é isso?". Eu concordo que já passamos da época de ficarmos mudos do outro lado da linha, mas eu não posso evitar. Eu sinto o buraco dizendo que está ali e que não vai embora enquanto eu não o saciar com a tua voz, as tuas palavras, quando possível com o teu cheiro, com o teu tudo... Amar é uma prisão.

Sofreremos eternamente, mas quando amamos alguém voltamos toda a nossa atenção, o nosso esforço, nossa dor imensurável, o vazio que nos acompanha às vezes, para alguém que supostamente suprirá toda essa falta que, segundo a psicologia, não abandonamos a partir do momento em que nascemos e deixamos o lar quente e confortável que era a nossa casa. Talvez eu esteja sendo muito dramática, mas é o que eu sinto. Uma fome eterna de sei lá eu o que. Que só passa quando durmo tranquila ao teu lado, quando somos um.

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Toda essa falta que sentimos talvez explique o grande número de casais formais jovens hoje. Na época da minha mãe não era assim. Na da minha avó, era. Fui até uma ótica e um casal que parecia ter 16 anos de idade estava na minha frente. Estavam escolhendo alianças (das douradas). O rapaz ligou para a tia e pediu que comprasse com o cartão de crédito o par de alianças que ele pagava as prestações.

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