YayBlogger.com
BLOGGER TEMPLATES

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Leituras

Tempo livre demais. Apesar de eles pensarem que eu “não estava nem aí” ou era de alguma maneira displicente - ou seja, preguiçosa, digo que sou qualquer coisa menos isso. Sempre tive pavor de ficar parada. Acho que é esse o problema.



Peguei três livros, li um e estou terminando o outro. Acho que não vai dar tempo de terminar o terceiro até sexta. Gabriel García Márquez é sutil, traz reflexões de uma maneira que nunca é explícita, com dramas familiares, com amores não consumados, com um cenário que dá calor na medida em que se vira as páginas. As Macondos e todo o palco de praias caribenhas e sois equatorianos me deixa até com a pressão baixa. Mas é sempre uma leitura agradável, as criticas que se você não pensar não as vê. A paciência dos seus personagens, que passam por vidas, gerações, eras, na mesma maneira, seja por honra ou por orgulho, ou por qualquer outro motivo. As mulheres são fortes, não deixam nada desmoronar. Isso me lembrou o Arquipélago. A professora de literatura dizia que a mulher do capitão Rodrigo Cambará, que eu esqueci o nome, era uma mulher de linhagem forte como todas as outras da família. Eu nunca consegui enxergar isso quando li os livros. Mas enfim. Quero conseguir ler todas as obras dele.



Tentei terminar Ensaio sobre a Cegueira, que comprei na Feira do Livro do ano passado, e quem disse que eu consigo. A leitura do Saramago é muito difícil. Não é pela história, mas pela forma que ele escreve. Para quem não o leu, ele não usa pontos, não usa pontuação nenhuma para antevir diálogos ou pensamentos dos personagens. São blocos intermináveis de texto, sem pausa alguma. É o que se pode chamar de uma leitura densa.

E então, Simone de Beauvoir, que eu nunca havia lido. Peguei por me interessar pela sua biografia. São três historias de três mulheres diferentes, todas na meia-idade, passando por crises existenciais e na família. Pode soar chato, mas a leitura é bem agradável e leve e do tipo que faz virar as páginas freneticamente. Uma mulher cujo filho se converte num burguesinho, contrariando todos os princípios da família que é filiada ao partido comunista. Ele é jovem e se casa e o sogro lhe oferece um emprego de carreira no governo. Com o objetivo de crescer na vida, ele aceita e decepciona a sua mãe, a protagonista da história. A outra trama é bem mais confusa, é o monólogo de uma mulher completamente abandonada num apartamento. A filha de dezessete anos comete suicídio, os ex-maridos e casos a esqueceram completamente. E o último eu não consigo ler de tanto que me revolta, uma mulher casada com um médico, com duas filhas adultas, uma estudiosa e independente e a outra que como ela, decide dedicar a vida ao lar. Percebendo a distância e frieza do marido, uma noite ele chega de madrugada com um copo de uísque na mão e ela lhe pergunta se teria outra mulher, e ele responde que sim. Então passam-se dois anos e ele tem um caso com uma advogada conhecida. E a mulher aceita e elas dividem ele, a mulher com as noites e a outra com os fins-de-semana. Três perfis diferentes, três desilusões. Uma estudiosa, uma perdida e uma mulher do lar. Apesar de não ter uma história concluída em nenhuma das tramas, diz bastante a respeito da natureza feminina e tantas outras coisas descritas na década de 60 e que ainda são atuais.



A gente reclama da rotina, mas eu adoro rotina! Preciso de uma de volta, urgentemente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário