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sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Somekind of solitude is measured in you...

Saí de casa.

Uma brisa de começo de noite passa e junto com ela vem pensamentos que me lembram do quanto eu aprecio a solidão. Solidão pra mim sempre foi sinônimo de liberdade, de fazer o que se quer sem ter olhos curiosos, olhos que julgam, que opinam, que aprovam ou desaprovam, que me incomodam. Dizem que quando é por escolha não é solidão. Mas essa palavra não me assusta. Eu gosto de ficar sozinha em casa e o meu sonho desde sempre foi morar sozinha. Agora o meu sonho é poder fazer tudo que quero e que tenho direito pelas minhas próprias pernas. É claro que dependemos dos outros aqui e ali, mas o essencial vem de nós mesmos, e eu quero conquistar isso mais que qualquer coisa.

Pela primeira vez em muito tempo, peguei o ônibus em direção ao centro pelas nove da noite e eu era a única dentro do coletivo. Vi a noite chegar no horário de verão nos últimos bancos, repassando o dia e planejando o próximo sozinha, quase que num passeio particular. E como simpatizo com esse olhar vouyer; quando a noite chega e as luzes das casas ficam acesas é possível olhar por dentro delas e saber o que cada um está fazendo. Pessoas ao computador, crianças na sala assistindo desenho, crianças na janela brincando, velhos na janela vendo o movimento. Com o calor, todas as janelas estão abertas e eu vejo tudo sem ninguém me ver.

Dizem também que essa mania de ficar sozinho é coisa de velho. Me considero meio velha mesmo às vezes, não por falta de novas ideias, mas por sede de quietude, de ouvir o som da rua e os latidos dos cachorros. Eu fico atenta a tudo que me cerca, então não fico sozinha. Tenho meus pensamentos comigo que também não me deixam ficar só. Chego a trocar um encontro com pessoas quaisquer para ficar em casa terminando de ler um livro que está quase no fim, que me instiga muito mais às vezes que conversas vazias e cheias de nada.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Sangue e diversão


Tarantino segue uma linha que sabe como construir e se sai bem. É simples! A trama não tem nada de engenhoso, nada de grandes surpresas. Mas é muito engraçado, e esteticamente bonito de se ver. Quanto à história do filme não consigo deixar de pensar como ninguém na II Guerra Mundial não pensou naquele tipo de solução antes?

Um pequeno exército de americanos, judeus e austríacos, sob a liderança de Aldo Raine (um Brad Pitt caipirão do Tennessee) vão à caça de soldados nazistas, ou melhor, dos seus escalpos. O capitão afirma ter origem indígena e se intitula como O Apache, e exige de seus homens nada menos que sem escalpos de nazistas por cada.


A trama pessoal acontece com a judia Shosanna Dreyfus (Mélanie Laurent), que assiste à execução da sua família à sangue frio sob o comando do coronel Hans Landa (Christopher Waltz ), que na minha opinião, executou com maior excelência o seu papel. Consegue ser amendrontador e cômico ao mesmo tempo, e quem assiste torce pela morte dele o filme todo, tamanho o asco que ele desperta. Enfim, Shosanna herda um cinema e conhece m herói da Guerra, que realizou a proeza de matar 300 soldados inimigos na Itália. Ele pede que o filme sobre a sua vida e que ele estrela tenha a pré-estreia exibida no pequeno cinema de Shosanna. Então, ela e Marcel, o projecionista e amante dela, arquitetam incendiar a elite nazi dentro do auditório no dia da exibição do filme, ao mesmo tempo em que os Bastardos Inglórios tramam também um plano de destruição na mesma pré-estreia.


Eles não se cruzam durante o filme todo, são duas vinganças paralelas. O filme não dá tensão alguma, porque você sabe que de um jeito ou de outro todo mundo vai morrer. Só as cenas de sangue e violência que me deixaram um pouco apreensiva e me fizeram fechar os olhos durante o filme, mas fora isso, não há suspense algum. E achei Mélanie Laurent muito parecida com Uma Thurman. E achei o filme tão divertido quanto o Kill Bill I e II. Mas é isso, diversão. E no final, uma reviravolta pode-se dizer que surpreendente, mas não fecha com a idéia que fazemos do personagem (centro da reviravolta) durante todo o tempo.


Se tiver tempo, assiste! São duas horas e meia de filme.

Ficha Técnica:
Inglourious Basterds
EUA, 2009 - 153 min
Guerra
Direção: Quentin Tarantino

Roteiro: Quentin Tarantino

Elenco: Brad Pitt, Mélanie Laurent, Christoph Waltz, Eli Roth, Michael Fassbender, Diane Kruger, Daniel Brühl, Til Schweiger, Gedeon Burkhard, Jacky Ido, B.J. Novak, Omar Doom, August Diehl, Denis Menochet

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Blah

“Aliás, te colocar para fazer externas... Tu és tão tímida.”


Tchê, qual o problema em ser tímido? Calar hoje é um defeito, omitir-se e mostrar-se aos poucos é defeito. Todo mundo deve ser extrovertido, extravagante, exuberante, exibido, espontâneo, exalando autoconfiança. Já disseram que são as diferenças que dão graça às coisas. Falta de competência poderia ser argumento, mas timidez? E no outro dia no ônibus, com uns currículos na mão puxo papo com o cara que estava descendo.


“Tem uma vaga em tal lugar”. “Ah, legal, só não sei se é bem o meu perfil”. “Sério? Tu não é vendedora? Parece ser tão desinibida”. Tudo depende.


Poucos dias pra Buenos Aires, uma coisa ótima no horizonte sempre faz a gente se sentir bem. Preciso organizar um roteiro.



O meu gato fugiu. Clima de enterro em casa. Volta, Chumisco!!!



quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Leituras

Tempo livre demais. Apesar de eles pensarem que eu “não estava nem aí” ou era de alguma maneira displicente - ou seja, preguiçosa, digo que sou qualquer coisa menos isso. Sempre tive pavor de ficar parada. Acho que é esse o problema.



Peguei três livros, li um e estou terminando o outro. Acho que não vai dar tempo de terminar o terceiro até sexta. Gabriel García Márquez é sutil, traz reflexões de uma maneira que nunca é explícita, com dramas familiares, com amores não consumados, com um cenário que dá calor na medida em que se vira as páginas. As Macondos e todo o palco de praias caribenhas e sois equatorianos me deixa até com a pressão baixa. Mas é sempre uma leitura agradável, as criticas que se você não pensar não as vê. A paciência dos seus personagens, que passam por vidas, gerações, eras, na mesma maneira, seja por honra ou por orgulho, ou por qualquer outro motivo. As mulheres são fortes, não deixam nada desmoronar. Isso me lembrou o Arquipélago. A professora de literatura dizia que a mulher do capitão Rodrigo Cambará, que eu esqueci o nome, era uma mulher de linhagem forte como todas as outras da família. Eu nunca consegui enxergar isso quando li os livros. Mas enfim. Quero conseguir ler todas as obras dele.



Tentei terminar Ensaio sobre a Cegueira, que comprei na Feira do Livro do ano passado, e quem disse que eu consigo. A leitura do Saramago é muito difícil. Não é pela história, mas pela forma que ele escreve. Para quem não o leu, ele não usa pontos, não usa pontuação nenhuma para antevir diálogos ou pensamentos dos personagens. São blocos intermináveis de texto, sem pausa alguma. É o que se pode chamar de uma leitura densa.

E então, Simone de Beauvoir, que eu nunca havia lido. Peguei por me interessar pela sua biografia. São três historias de três mulheres diferentes, todas na meia-idade, passando por crises existenciais e na família. Pode soar chato, mas a leitura é bem agradável e leve e do tipo que faz virar as páginas freneticamente. Uma mulher cujo filho se converte num burguesinho, contrariando todos os princípios da família que é filiada ao partido comunista. Ele é jovem e se casa e o sogro lhe oferece um emprego de carreira no governo. Com o objetivo de crescer na vida, ele aceita e decepciona a sua mãe, a protagonista da história. A outra trama é bem mais confusa, é o monólogo de uma mulher completamente abandonada num apartamento. A filha de dezessete anos comete suicídio, os ex-maridos e casos a esqueceram completamente. E o último eu não consigo ler de tanto que me revolta, uma mulher casada com um médico, com duas filhas adultas, uma estudiosa e independente e a outra que como ela, decide dedicar a vida ao lar. Percebendo a distância e frieza do marido, uma noite ele chega de madrugada com um copo de uísque na mão e ela lhe pergunta se teria outra mulher, e ele responde que sim. Então passam-se dois anos e ele tem um caso com uma advogada conhecida. E a mulher aceita e elas dividem ele, a mulher com as noites e a outra com os fins-de-semana. Três perfis diferentes, três desilusões. Uma estudiosa, uma perdida e uma mulher do lar. Apesar de não ter uma história concluída em nenhuma das tramas, diz bastante a respeito da natureza feminina e tantas outras coisas descritas na década de 60 e que ainda são atuais.



A gente reclama da rotina, mas eu adoro rotina! Preciso de uma de volta, urgentemente.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Fé - Postagem Temática

A fé move montanhas, move as pessoas para fora das camas

Todo o dia de manhã

Ao abrir os olhos e despertar

Algo os move e os faz caminhar

O objetivo pode estar perto ou pode estar longe

Pode estar na nossa frente ou pode ser que se esconde

Mas nada abala quem a ele busca

Porque de alguma forma eles acreditam que a vida será justa

Fazemos o que é possível com o tempo que nos é dado

Brincamos com a sorte e os dias de sol ficam de lado

Ter fé é acreditar no invisível

Em algo que ninguém vê, que não é tangível

Eu busco viver o dia de hoje

Esqueço o amanhã e vivo o aqui.

Poema sem sentido, mas é o melhor que pude fazer pra postagem temática dessa vez.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009


Um cigarro me inspirou a escrever o post de hoje.

Queria tentar organizar os meus pensamentos com relação a esta droga que mata as pessoas aos poucos e que é a mais difícil de largar. É óbvio que eu não estou nem um pouco preocupada com a minha saúde, afinal, se eu morrer por causa disso vai ser daqui a uns 40 anos e o jovem vive o agora e não o por vir.

Eu, como a maioria das pessoas até hoje, odiava cigarro. O cheiro da casa dos meus avós, onde morava a minha tia também, era o de cigarro e café. Duas coisas que hoje eu cultivo como meus vícios de adulta. Pelo menos por isso não gosto de fumar em lugares fechados. O pensamento que tenho quando penso em acender um cigarro é a mais ou menos assim “vou lá na rua tomar um ar e fumar”. Fumar em lugares fechados é ruim, tu te intoxica com o cheiro. Se não fosse o cheiro ruim, acho que muita gente aderiria ao vício. Mas então eu comecei a sair, e acho que no final de 2007 que ele começou a fazer parte da minha vida. Depois da faculdade e uma vida cada vez mais independente. Ele foi uma desculpa para pausar qualquer coisa que eu estivesse fazendo para sair de dentro dos lugares e ir lá fora. Digo com sinceridade que no máximo são três por dia, a não ser na noite, que pode ir uma carteira dividida entre os amigos. Minha avó se foi há três meses por causa dele, mas eu digo que presenciar o sofrimento de alguém não muda a postura de quem fuma. Afinal, há quem fume e viva 100 anos. O café também virou o motivo da pausa, de parar para tomar um cafezinho. E assim eu adquiro meus vícios de adulta. É estranho pensar que como seres racionais não abandonamos nossos mais enraizados vícios. E sinceramente, só não quero passar dos três por dia.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

O mundo real por trás das lentes + Postagem temática


Curiosamente estou fazendo um trabalho sobre o fotógrafo Robert Capa, fotojornalista que registrou momentos da segunda grande guerra e da guerra civil espanhola. Durante a pesquisa encontro uma matéria publicada pelo jornal espanhol La Razón, em que se levanta a hipótese de que a foto mais famosa do fotojornalista tenha sido uma grande farsa.


Dúvidas.

No dia em que a fotografia foi tirada, quase não havia soldados nas ruas da cidade de Córdoba. O homem está completamente sozinho na foto. Quais as chances de haver um fogo cruzado ali? E de Robert Capa estar perto para registrar o momento?

Apenas um homem morreu naquele dia e não era o que está na foto.

Existe uma foto que Capa fez em 1945 na Alemanha e o ambiente das duas são idênticas. E as fotos nunca foram publicadas juntas.




Justificativas.

Capa queria retratar o horror da guerra a todo custo.
Capa queria autopromover-se e ficar rico (lol).



Todo esse pensamente aqui explanado me traz aos dias atuais e aos recursos disponíveis a todos nós para melhorarmos as imagens e torná-las cada vez mais atrativas de um modo que os nossos olhos acreditem que o que veem é real. É verdade que no fotojornalismo existe o compromisso com a verdade. É verdade que na publicidade esse compromisso não é tão levado a sério. Basta ver as fotos abaixo:



Mas é verdade que arte é uma coisa, jornalismo é outra e publicidade outra muito abaixo de todas as outras ainda (hehehe). PARTICULARMENTE, não vejo graça numa foto editada de maneira a enganar as pessoas. Para deixar as cores mais vibrantes, atrair mais aos olhos e melhorar a qualidade da foto é muit válido. Desde que a pessoa que olha para aquela imagem saiba que o que ela vê não é verdade. O uso da fotografia hoje é muito mais amplo que apenas registrar o que vemos. Na cadeira de Foto mesmo vemos trabalhos de artistas (sim, eles eram artistas!) que faziam montagens, composições magníficas com recursos muito escassos. Dependiam muito mais das condições da luz e todo o resto, mas não podemos descartar nunca o olhar do fotógrafo. É dele que depende uma boa foto.

Coisas que aprendi de uns tempos pra cá sobre foto:
1) Em câmeras digitais, se você quiser fotografar algo a frente com o flash ligado, garanta que não há nada na frente do objeto a ser fotografo. Se tiver, isso roubará toda a luz, como uma cabeça por exemplo, e o fundo ficará completamente escuro;
2) Ao fotografar uma paisagem, saiba que quanto mais céu você pegar (acima da linha do horizonte), mais ampla vai ficar a sua composição;
3) O flash acabou com as fotos 3x4;
4) ... É só isso mesmo.

Como li no no blog da Tainá, que não era sobre a postagem temática, acredito que as fotos digitais deixaram com que esse recurso de congelar imagens e momentos se banalizassem. Há quem fotografe a bunda pra saber se a calça está suja ao invés de ir até um espelho. Isso de ter as coisas em grande quantidade e facilidade faz muitas vezes com que a qualidade das coisas decaia com o tempo e passamos cada vez mais a dar menos valor àquilo que antes era uma coisa especial, como um álbum de fotos. Hoje é tudo virtual. Não se pega nada nas mãos. Acredito que o grande desafio é usar todos os recursos e tecnologias disponíveis da maneira mais elegante e ética possível. É muito fácil enganar os olhos das pessoas hoje em dia. E se um fotojornalista fez isso há 70 anos atrás, então o mundo está perdido.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Hoje faz sete dias que frequento o mesmo lugar. E devo dizer, como pessoa que não sabe se quer seguir no jornalismo (então não tem obrigação de escrever um texto conciso e informativo), mas segue com uma vontade íntima de escrever o que sinte e pensa, digo que de duas uma: ou eu sofro de insatisfação crônica ou não estou no lugar certo ainda.

domingo, 30 de agosto de 2009

Robot


Fiz esse desenho e ao procurá-lo sábado de tarde, percebi que o Chumisco, o Felino, havia sutilmente marcado o seu território sobre a escrivaninha e os papéis que nela estavam. Então se a qualidade estiver ruim, já está justificado.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

... - Postagem temática




O tema do editorial proposto então pelo pessoal do Blog Sintonizados é o bendito twitter. Exatamente hoje discutimos isso lá na escuta. Meu chefe perguntou, dona Julianne Gazzoni, tu não tem twitter? E eu revirei os olhos e disse “não, issoooo não. Ah, vou colocar lá, hoje estou de ressaca – by me on twitter”. E ele "ai, comprei um vestido vermelho lindo”. Na definição do meu boss, que realmente gosta de falar sobre vestuário feminino e etc., é um diário online. E eu concordo, só que travestido de algo cooool, in na nossa cultura moderna de NÃO CONSEGUIRMOS VIVER UM DIA SEQUER LONGE DESSA BOSTA DE PC. Vou aproveitar o tema e desabafar um pouco.

Eu realmente não me importo com quem cria uma conta no twitter, quem tem um trabalho para mostrar, eventos para divulgar, músicas para apresentar para gente nova e por aí vai. O professor da minha colega de estágio disse que é de fundamental importância todos termos um twitter hoje. E eu pergunto, pra quê? Para você saber a que horas eu sequei o meu cabelo, ou o quanto estou preocupada com a resenha de um texto, ou se estou esperando a resposta de uma entrevista de estágio, ou se já fiz as pazes com o meu namorado, ou se o dia está maravilhoso aqui em Porto Alegre, ou se eu já estou melhor da bebedeira do niver da Babi ontem. Cristo. É uma exposição que me deixa boba (sim, quando eu fico meio indignada uso termos homossexuais e bregas para escrever).

As pessoas quando se veem não têm nada para contar, ou porque já expuseram a sua opinião sobre alguma coisa ou já contaram alguma novidade online. Ou então contam duas vezes, virtualmente e pessoalmente. Não tem segredo. Como disse, se é algo que vai acrescentar alguma coisa, você tem uma conta ali para promover o seu trabalho ou a sua arte ou qualquer coisa eu acho superbacana. E é bacana também poder acessar mesmo que tu não tenhas uma conta. Algo muito democrático. Vocês devem ter ouvido falar da menina que morreu com um choque elétrico ao levar o notebook para perto da banheira para, adivinhem, twittar enquanto tomava banho (!). Logicamente que a culpa não foi desse maravilhoso aplicativo, mas dessa nossa necessidade sobre-humana de estar conectado 24 horas por dia mantendo todas as pessoas do mundo a par da sua rotina.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Sonho

Acordo. Tomo o café. Será que é normal sentir fadiga dos dias com 20 anos? Numa noite de sexta, sem nenhum vigor, nenhuma brisa fresca no rosto, nenhuma frase supresa, nada mais me surpreende. Ou será que sou eu que perdi a capacidade de me surpreender com as pessoas? O que eu faço entre o intervalo do deitar-me e despertar, se só consigo sentir verdadeiro prazer nos meus sonhos, onde ninguém me vê, onde as minhas lembranças dançam exatamente como eu quero que elas dancem, onde os cheiros são bons. Ou será que a felicidade é completamente impossível e eu só consigo ser feliz na minha realidade inconsciente? Não, eu acho que tudo aquilo existe, só que está tão lá embaixo, tão profundo, que eu não sei onde coloquei. Sempre vivi no estado de dúvida. Realmente, se os momentos de felicidade e satisfação plena fossem abundamentes, não seriam de felicidade, seriam ordinários, comuns, uma alegria plastificada e amarela como a maioria dos nossos sorrisos ao longo do dia. Porque mais triste que um sorriso triste é a incapacidade de poder sorrir (?). Eles dizem que os perdedores são loucos ou são fracos. Eu acho que eles têm a coragem de mostrar seus sentimentos e anseios e não fazem como a gente, que só vive dentro dos sonhos.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

O grande truque


Meu namorado questiona por que julgo um filme pelo o elenco e opto assisti-lo ou não se há nele atores com os quais “vou com a cara”, e não fico atraída simplesmente pela história. É uma pergunta que eu me faço e as pessoas devem fazer isso inconscientemente também, só devo estar sendo mais explícita. Então, este filme conta com três (quatro com o David Bowie) atores que eu gosto bastante: Christian Bale, que consegue fazer papel de subversivo em todos os filmes aos quais tive prazer de assistir e acho que seria incapaz de fazer o bom moço; Hugh Jakcman, o galã de tudo que é filme, embora eu só consiga lembrar dele como Wolverine; e Scarlett Johansson, que pode não ser uma atriz excepcional, mas é muito bonita de uma maneira não convencional e o charme dela já basta.

Curiosamente e sem querer assistimos a três filmes de época no fim-de-semana, um que se passa no Brasil colonial, outro no far far oeste americano e este, que parece ser por volta do século XIX em Londres. Dois mágicos, unidos pela vocação e por suas qualidades contrárias (um para a presença de palco e o carisma e outro pelo puro talento e engenhosidade), mas separados pelo objetivo de tornaram-se mágicos de sucesso e a morte de uma garota, Alfred Borden (Bale) e Robert Angier (Jackman) tornam-se grandes rivais. No início da carreira, no truque em que a assistente, o amor de Angier no caso, é colocada em um tanque de água com dois nós, nas pernas e nos braços, um deslize com intenção ou não é cometido por Borden. de tanto insistir que um tipo de nó diferente também era seguro, ele quis provar isso em um dos espetáculos. A menina que deveria escapar-se do nó e fugir do tanque que possuía um cadeado falso não consegue se soltar e morre antes de ser tirada da água. Borden foge e cria a sua própria família, os dois seguindo suas carreiras separados pelo assassinato sem intenção, até que ele tem uma grande ideia e passa a executar o truque do Homem Teletransportado. Cutter (Michael Cane), mentor dos dois e engenheiro dos truques e um ator que eu também gosto muito (ele faz o Alfred do Batman, me lembrei) adverte que o mágico usa um dublê para entrar numa caixa e sair da outra vazia no outro lado do palco. Angier não acredita e pede a sua nova assistente, Olivia (Scarlett) para infiltrar-se no trabalho do rival que conta com a ajuda de outro engenheiro, Fallon. Ele a aceita, e mesmo casado acaba apaixonando-se pela loirosa de lábios carnudos. Ela acaba se voltando contra Angier, que passa a executar o mesmo truque enfim com um dublê, mas ao invés de caixas são postas apenas portas no palco, uma delas com um alçapão que é escondido quando a porta é aberta e o mágico cai em um colchão embaixo do palco, aparecendo seu dublê na outra ponta.

Mesmo assim, um quer saber a maneira com que o outro realiza o truque e Olivia lhe traz o seu diário com uma palavra que o decifra (o diário é um criptograma). Borden então teria obtido a ajuda do cientista Tesla (BOWIE, moreno no filme e um pouco mais gordinho que de costume), que na recente descoberta da eletrecidade usa circuitos de correntes alternadas e não contínuas, como Thomas Edison fazia na época e usava a ciência muito além das necessidades funcionais e industriais do homem: ele era capaz de realizar verdadeira magia com os raios de energia. O Grande Danton (nome “de guerra” que a sua mulher teria criado) pede que ele construa uma máquina como construiu ao seu inimigo e descobre como ela funciona: ela cria clones. Ele passa a usar o método de desaparecer e voltar dentro da máquina, e os clones gerados no seu desaparecimento são todos mortos o fim do espetáculo.

No início do filme Cutter fala que um grande truque consiste em três fases: a promessa, em que o mágico faz um relato comum e pede que a pessoa faz uma demonstração do que usualmente acontece, a virada, que é o truque em si, mas o público não aplaude até que o coelho ou a moeda que sumiu volte, isso é mágica, e esta última etapa é o prestígio.
Ele conseguiu realizar o grande truque e a esta altura Borden está na cadeia respondendo pelo assassinato do seu grande amor. Porém, na noite da execução uma surpresa. Angier, que havia forjado a sua morte, reaparece e é morto com um tiro por Borden, que havia sido executado naquela noite. Mas ele esclarece a história antes que o Grande Danton fecha os olhos. Ele tinha um irmão gêmeo, disfarçado de engenheiro (Fallon), usado em todos os truques, até na sua vida pessoal, em que um ficava com Olívia e outro com a esposa Sarah, sem que as duas soubesse que não compartilhavam o mesmo homem. E assim ele vence.

O filme é realmente muito bom de assistir, nem um pouco cansativo e repetitivo e como eu disse, o elenco faz toda a diferença =)

Ficha técnica:

The Prestige (2006)

EUA/ United Kingdom

Direção: Christopher Nolan

Elenco: Christian Bale, Hugh Jackman, Scarlett Johansson, Michael Cane, Andy Serkis.

129 minutos

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Boa semana pra todo mundo =)

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Madrugada - Postagem temática


No escuro ou no claro, dependendo das nuvens e do clarear da lua, eu observo o céu da madrugada. Nele está a diferença entre noite e dia, e o intervalo entre eles. Por vezes o céu que existe entre a noite e a manhã traz paz, se eu estou do teu lado. Se eu estou sozinha, me traz agonia, me lembra que todos viemos sozinhos para este mundo, sozinhos muitas vezes iremos seguir e sozinhos o deixaremos. Ou me traz sonhos de tempos passados, em que a minha boca não vivia longe da tua e a alegria era fácil e espontânea. Me traz tudo isso. Quando eu era pequena eu queria pular essa parte do dia, me trazia medo o vazio da escuridão, e por isso ficava acordada até altas horas. Hoje já consigo dormir com a janela aberta, com o vento da noite, com ou sem nuvens, e mesmo solitário o céu não parece mais tão sombrio. Como se eu tivesse aprendido a conviver com o estranho, com o escuro, com o não saber o que virá amanhã, nem nos próximos dias. Muitas vezes a madrugada me trouxe sorrisos e me fez acreditar que estávamos todos juntos e eu queria poder parar o tempo. Outras, me fez querer acelerar as horas para que eu pulasse o intervalo dos dias. Dia e noite. Mesmo não gostando do silêncio da noite, tenho que admitir que a escuridão é mais bela que o brilho do sol.

* Mais um texto do tema proposto pelo Blog Sintonizados. Afude bagaraio! Joinem e postem seus textos. :*

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Máscara versus Fantasia

Postagem temática proposta pelo meu colega Rafael. Mudei de blog, de novo, já que o blogger parece ser mais simples que o wordpress. O único problema é que às vezes o texto sai aqui numa língua desconhecida quando escrevo direto no blogger ao invés de copiar um texto que escrevi no Word. Haaaaard. Mas ficamos por aqui, por enquanto. O tema da postagem é Máscara. Muito bem escolhido =) Aí vai.

Máscara. Para mim mascarar soa mais como esconder e omitir do que como falsidade ou mentira. Quem usa uma máscara não está totalmente irreconhecível, só esconde uma parte do rosto, do corpo, dos sentimentos, das emoções, das intenções, da verdade. É diferente de estar fantasiado, todo a caráter do que se representa, com uma nova realidade, uma nova roupagem, um novo personagem, uma fantasia, uma mentira. Máscara soa com mais charme que fantasia, deixar à meia-luz, não mostrar tudo para não chocar, para não ferir, para manter tudo exatamente como está, porém com um adereço que esconde metade da face ou da verdade. As pessoas depositam a sua confiança em alguém mascarado, mas não em alguém fantasiado e irreconhecível. Acho, não tenho certeza, que é da minha natureza não mostrar tudo de uma vez e ir contando a verdade aos poucos, mostrando meus verdadeiros olhos e maçãs do rosto, me desprotegendo da minha máscara na medida em que conquistam a minha confiança, e ele ou ela faz o mesmo. Se eu estivesse com uma fantasia, provavelmente não teria a intenção de me mostrar, mas só brincar com o outro, testar minha capacidade de persuasão e ver se consigo me safar sem que descubram a minha verdadeira identidade. Máscaras são necessárias, e eu não julgo quem as usa por mais tempo que o necessário. Me assumo com palavras mascaradas, que mostram e escondem ao mesmo tempo.

Sugestão: desejo

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Ciúme


O ciúme é irmão da insegurança e primo-irmão da dúvida. É claro que mesmo os mais descontrolados e descontroladas sabem disso. Mas nada, nenhum auto-conhecimento ou explicação trazem a razão de volta para o nosso pensamento. Esperamos o pior, baixamos as nossas expectativas com relação a nós mesmos e ao outro: é claaaaaaro que ele (a) está me passando a perna. Sempre me lembro da Capitu de Machado de Assis quando esse sentimento lampeja em mim, o homem que perdeu a mulher porque fantasiava que ela dormia com o melhor amigo. É triste, mas ninguém pode culpar mentes ciumentas e passionais. Qualquer padrão de comportamento, qualquer cena repetida desperta os mesmos sentimentos ruins de dúvida e abandono. Ele diz, mas pra que ciúmes? Isso já não aconteceu contigo também? Tu estavas sendo infiel quando passou por isso? Não, eu sei o que sinto e o que quero, mas não posso entrar na tua cabeça e saber o que tu sente. Ou talvez porque eu não presto mesmo que sei que não posso confiar em ti. Sentimento difícil, complicado, doloroso. Talvez apenas depois anos de prática ou de exercício do desapego. “and I don’t belong to you, and you don’t belong to me.”

Tabu




Começo com uma resenha do último filme que assisti no cinema e que quase me tirou lágrimas dos olhos: De repente, Califórnia. Detalhe que o titulo original é Shelter (abrigo, em inglês), mas traduziram para a música do Lulu Santos. “Garota, eu vou pra Califórnia, viver a vida sobre as oooondas…”

Não sei se por não estar muito na mídia ou para não ficar muito na pinta, o filme está sendo exibido na sala oito no Unibanco Arteplex do Bourbon Country – a menor sala do cinema, que mais parece o home theater particular da Xuxa.

Na sala, casais gays e gays desacompanhados, umas poucas meninas, e todos suspirando com a história de amor pouco convencional na tela.

Zach é um jovem grafiteiro que mora em uma cidade litorânea da Califórnia, e mora com a irmã e um sobrinho pequeno. Em uma das manhãs que vai pegar onda na praia reencontra o irmão do melhor amigo, que há tempos não dá as caras na cidade. Shaun se deu bem em L.A. e escreve roteiros para filmes. Só que ele é gay e ninguém sabe. Os dois se aproximam e numa noite de cerveja e confissões, Shaun acaba beijando o ingênuo Zach. Eles então se envolvem cada vez mais e o escritor vê no jovem artista um talento desperdiçado na cidade esquecida, cuidando do pequeno Cody fazendo o papel de mãe pela sua irmã e desperdiçando os dias em um lugar que não vai leva-lo a lugar algum. Tem até cenas mais fortes, mas nada indecente.



A paisagem exótica e linda, praias e morros, sol o tempo todo, dá para o filme um ar elegante e de sonho. De muito bom gosto. O que torna o filme bem mais tranqüilo se assistir, para quem não é acostumado a ver esse tipo de demonstração de amor. o escritor acaba inscrevendo Zach na escola Cal Arts, onde o guri já havia se inscrito uma vez e recusado a bolsa que lhe ofereceram. Dessa vez ele aceita, com a oportunidade da mudança da irmã com o namorado para outra cidade, para onde ela não poderia levar o filho.

Zach acaba indo pra L.A. com o grande amor e levam o pequeno junto. E todo mundo suspira no cinema. Coragem do diretor que fez o filme e apesar de não trazer o tabu homossexualismo para discussão, é um passo para quem não curte ver dois caras muito bonitos se beijando. No final, tudo acaba bem a história de amor até que vale a pena.

Ficha Técnica:

Shelter (2007)

EUA

Direção: Jonah Markowitz

Elenco: Trevor Wright (Zach) , Brad Rowe (Shaun), Tina Holmes (Jeannie, irmã do Zach), Jackson Wurth (Cody)

97 minutos

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