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sábado, 22 de maio de 2010

Jogar para perder


Na última sexta-feira (21) acompanhei, como projeto de fotógrafa, uma operação da Polícia Civil em cojunto com o Ministério Público, representado pela Dra. Sônia Mensch, para apreender máquinas caça-níqueis. Também não acho crime jogar nas máquinas, mas para pessoas descontroladas, e tenho uma na família, o jogo nunca é saudável e nenhum dinheiro é o suficiente para apostar.

Porém, o que quero retaratar aqui é o trabalho da polícia e da promotora, e da imprensa (uma repórter da TV Record, uma da Band TV, um repórter de rádio, e uma repórter do SBT), que nos acompanhou para tentar participar de algum flagrante, em que os proprietários ainda estivessem na casa, com jogadores apostando.


As duas primeiras visitas não deram em nada, os donos já tinham ido embora, deixando apenas as "carcaças" das máquinas e levando consigo a ceduleira, onde fica depositado o dinheiro apostado.

Na última visita, uma loja de esquadrias que confeccionava imóveis de madeira, o policial foi forçado a derrubar a parede fina que escondia as salas de jogo. Um homem, argentino, foi encontrado assim que adentramos no estabelecimento, mas caçoou do policial.

P - Você é o proprietário?
A - Que proprietário, que nada...

E não quis informar como fazíamos para entrar. Eles quebraram tudo e cerca de 40 máquinas estavam no fundo do local. Duas velhinhas fugiram pelos fundos e deixaram cair dinheiro no caminho. E eis o público dessas casas de jogo: só têm idosas, aposentadas. Uma delas: "moça, por favor, não me fotografa, meu filho não pode saber que eu estou aqui". Ela não podia ser filmada, nem fotografada, claro.

na fachada

nos fundos


Eu contei pra ela que tinha uma pessoa família que jogava, mas era uma situação muito grave. Ela disse, "eu trago vinte reais e é o que aposto, mais nada. Eu sei que tem pessoas que colocam tudo fora, mas elas são assim em qualquer situação, não só no jogo". O pior é que eu concordo com ela.

Acredito de verdade que seja só um passatempo para algumas pessoas. Assim como as drogas são para outras. E não seja vício. Mas essas máquinas podem arruinar a vida de alguns poucos. Até o dinheiro que marca no monitor não é o que o caça-níquel e os bingos eletrônicos estão guardando. Aquele valor é fictício, quem deve pagar é o dono do local. E muitas vezes não pagam, quando o apostador ganha. E muitas vezes as pessoas têm as mãos atadas e não podem denunciar, porque existe a prática de tráfico de drogas dentro destes estabelecimentos. Existem criminosos de verdade e o poder de tirar a vida de alguém, se for necessário.

É uma situação bastante complexa. Não sei se tenho opinião formada quanto à legalidade destes jogos. Mas tenho certeza de que cada um dos proprietários que apenas assinaram um termo se comprometendo a ficar longe do jogo, ou que foram autuados, voltarão para esta prática, simplesmente porque é um meio de sustento. E talvez até porque a pena é muito branda.

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