quinta-feira, 6 de outubro de 2011
Leituras
quinta-feira, 21 de abril de 2011
Mulheres de Cabul
Assim que o partido tomou o governo, ficou proibido a todas as meninas freqüentarem a escola; às mulheres, trabalhar fora de casa, aos homens, cortar a barba, a todos, rir em público. Todas as mulheres do Afeganistão tiveram de ir aos mercados comprar a burkha, sem a qual não poderiam sair de casa. Se deixassem alguma parte do corpo ou mecha de cabelo à mostra, eram espancadas na rua. É impressionante a resistência de cada uma. Algumas contam que suas amigas cometeram suicídio por não suportar o regime. Outras, mantinham escolas ilegais dentro de suas casas para continuar dando educação às meninas. Mulheres sem marido e viúvas eram obrigadas a mendigar ou trabalhar clandestinamente para sustentar a família. Algumas delas contam que sobreviviam com 20 dólares por mês, com três filhos para cuidar. É impressionante. Professoras, jornalistas, todas condenadas a ficar dentro de casa.
Sovita, 10 anos (2001): “Eu me lembro de como era ir à escola na época do Taleban. Eu queria continuar estudando, mas tinha medo, porque a escola era próxima à minha casa. E se os Talebans me pegassem e me fizessem ir à minha casa, para bater em meus pais também? Os filhos dos Talebans não freqüentavam a escola – eles não sabiam ler nem escrever. Por isso os pais dos Talebans não queriam que fôssemos mais inteligentes que os filhos deles. Não sei por que agiam assim. Se eu tivesse poder e fosse uma comandante e um Taleban me interpelasse, eu o executaria.”
De 1979 a 1989, a União Soviética ocupava o Afeganistão. Com a intervenção dos Estados Unidos e do Paquistão, os mujahidins assumiram o poder enquanto o Taliban se articulava como uma alternativa ao estado de guerra constante do país e com rigor religioso extremo. Muitos dos membros do Taliban cresceram em campos de refugiados do vizinho Paquistão, onde aprenderam táticas de guerrilha e se prepararam para a tomada de Cabul.
Mulheres de Cabul, 2006
Harriet Logan
Editora Ediouro
UK
segunda-feira, 18 de abril de 2011
Relato de uma visita pela maior casa de espetáculos da Argentina
O prédio começou a ser construído no ano de 1888 pelo engenheiro italiano Francesco Tamburini. Numa tentativa de revitalizar os ares da capital Argentina e tornar a grande cidade uma metrópole moderna, Tamburini idealizou uma construção influenciada pelo glamour de Paris, inspirada no Palácio de Versailles. O átreo principal do Teatro, o Gran Vestíbulo, tem uma escadaria imponente, construída com mármore italiano e português. O chão do Salón Dorado, no primeiro andar, é feito de carvalho da Eslovênia e cada um dos lustres que adornam as suas dependências chega a pesar meia tonelada. A previsão de inauguração do prédio seria para 1892, no aniversário de 400 anos do descobrimento da América, mas foi entregue apenas em 1908. Nas fotos 1 e 2, os vitrais franceses do Gran Vestíbulo. Abaixo, busto de Beethoven e por último, um gárgula de mármore rosa no corrimão da escadaria do vestíbulo.
Além de ser uma casa de óperas, ballets e concertos, o Teatro Colón era o lugar onde a high class portenha se encontrava, para ver e ser vista. Muitas das pessoas que freqüentavam o Colón não necessariamente apreciavam a arte e os grandes salões eram usados para oferecer grandes bailes. A grande temporada de espetáculos era o outono e o inverno. O Teatro Colón também foi o primeiro a ter um ballet próprio na América Latina, em 1925, ano em que também criou uma orquestra e coral próprios. O auditório imponente, em forma de ferradura, tem capacidade para 2.478 pessoas sentadas e 500 em pé. O palco rotativo divide-se em três palcos diferentes para a mudança rápida de cenários e tem uma altura de 28 metros. O teto foi primeiramente adornado com arte de Marcel Jambón. Mas a administração do Teatro teve a ideia de colocar pedras gigantescas de gelo na base da construção do Teatro para resfriar a temperatura do local. A água do gelo deteriorou a pintura original e na década de 1970 Raul Sóldi deu um novo rosto à cúpula da casa de espetáculos. 1) A cúpula de Raul Sóldi 2) Lâmpada no hall que dá para as galerias 3) Parte das galerias do auditório 4) O imponente auditório do Colón.
O Teatro não é de propriedade nacional, e sim da administração municipal de Buenos Aires. Em 2001 começaram as primeiras atividades de restauração do prédio, que constituíram-se basicamente no polimento de todas as suas peças de ouro puro. Em 2008, a Lei da Autarquia do Teatro Colón deu plena independência às suas atividades, tornando a entidade uma pessoa jurídica com autonomia funcional e financeira. Mesmo sem finalizar as suas obras de restauração, o Teatro foi entregue em maio de 2010 e está novamente aberto a shows e espetáculos como o do pianista Keith Jarret, que pude presenciar no dia 12. Na foto, galerias lotadas na noite do show...
Crédito das fotos: Eduardo Rimoli
terça-feira, 22 de março de 2011
Aleatório
segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
Algumas observações...
Sofreremos eternamente, mas quando amamos alguém voltamos toda a nossa atenção, o nosso esforço, nossa dor imensurável, o vazio que nos acompanha às vezes, para alguém que supostamente suprirá toda essa falta que, segundo a psicologia, não abandonamos a partir do momento em que nascemos e deixamos o lar quente e confortável que era a nossa casa. Talvez eu esteja sendo muito dramática, mas é o que eu sinto. Uma fome eterna de sei lá eu o que. Que só passa quando durmo tranquila ao teu lado, quando somos um.
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Toda essa falta que sentimos talvez explique o grande número de casais formais jovens hoje. Na época da minha mãe não era assim. Na da minha avó, era. Fui até uma ótica e um casal que parecia ter 16 anos de idade estava na minha frente. Estavam escolhendo alianças (das douradas). O rapaz ligou para a tia e pediu que comprasse com o cartão de crédito o par de alianças que ele pagava as prestações.
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