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segunda-feira, 18 de abril de 2011

Relato de uma visita pela maior casa de espetáculos da Argentina

Depois de quase dez anos em reformas, o Teatro Colón reabre as suas portas para espetáculos. Tive a oportunidade de visitar o prédio de mais de 100 anos que ocupa as ruas Cerrito, Viamonte, Tucumán e Libertad, em uma visita guiada no dia 10 de abril. Na foto, a fachada do Teatro em frente à Plaza Libertad.

O prédio começou a ser construído no ano de 1888 pelo engenheiro italiano Francesco Tamburini. Numa tentativa de revitalizar os ares da capital Argentina e tornar a grande cidade uma metrópole moderna, Tamburini idealizou uma construção influenciada pelo glamour de Paris, inspirada no Palácio de Versailles. O átreo principal do Teatro, o Gran Vestíbulo, tem uma escadaria imponente, construída com mármore italiano e português. O chão do Salón Dorado, no primeiro andar, é feito de carvalho da Eslovênia e cada um dos lustres que adornam as suas dependências chega a pesar meia tonelada. A previsão de inauguração do prédio seria para 1892, no aniversário de 400 anos do descobrimento da América, mas foi entregue apenas em 1908. Nas fotos 1 e 2, os vitrais franceses do Gran Vestíbulo. Abaixo, busto de Beethoven e por último, um gárgula de mármore rosa no corrimão da escadaria do vestíbulo.

Além de ser uma casa de óperas, ballets e concertos, o Teatro Colón era o lugar onde a high class portenha se encontrava, para ver e ser vista. Muitas das pessoas que freqüentavam o Colón não necessariamente apreciavam a arte e os grandes salões eram usados para oferecer grandes bailes. A grande temporada de espetáculos era o outono e o inverno. O Teatro Colón também foi o primeiro a ter um ballet próprio na América Latina, em 1925, ano em que também criou uma orquestra e coral próprios. O auditório imponente, em forma de ferradura, tem capacidade para 2.478 pessoas sentadas e 500 em pé. O palco rotativo divide-se em três palcos diferentes para a mudança rápida de cenários e tem uma altura de 28 metros. O teto foi primeiramente adornado com arte de Marcel Jambón. Mas a administração do Teatro teve a ideia de colocar pedras gigantescas de gelo na base da construção do Teatro para resfriar a temperatura do local. A água do gelo deteriorou a pintura original e na década de 1970 Raul Sóldi deu um novo rosto à cúpula da casa de espetáculos. 1) A cúpula de Raul Sóldi 2) Lâmpada no hall que dá para as galerias 3) Parte das galerias do auditório 4) O imponente auditório do Colón.



O Teatro não é de propriedade nacional, e sim da administração municipal de Buenos Aires. Em 2001 começaram as primeiras atividades de restauração do prédio, que constituíram-se basicamente no polimento de todas as suas peças de ouro puro. Em 2008, a Lei da Autarquia do Teatro Colón deu plena independência às suas atividades, tornando a entidade uma pessoa jurídica com autonomia funcional e financeira. Mesmo sem finalizar as suas obras de restauração, o Teatro foi entregue em maio de 2010 e está novamente aberto a shows e espetáculos como o do pianista Keith Jarret, que pude presenciar no dia 12. Na foto, galerias lotadas na noite do show...



Crédito das fotos: Eduardo Rimoli

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